quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O significado da palavra Espanha / El significado de la palabra España


Em português:

Para começar, temos o Dicionário latino-espanhol, que foi publicado em Burgos em 1512, e que foi uma atualização do de Elio Antonio de Nebrija. Porei aqui o que define por "Espanha" e "Espanhola coisa":

Espanha region de europa. hispania
Espanha esta mesma. iberia • hesperia
Espanhola coisa de españa. hispanus -a -um
Espanhola coisa assi. hesperius -a -um • iber -a -um
Espanhola coisa fora de españa. hispaniensis -e
Espanhola coisa de fora em españa. hispaniensis

Depois, seguindo com um linguista português, temos o Dictionarium Latino Lusitanicum et Vice-versa Lusitanico Latinum de Jerónimo Cardoso, publicado o 1570. Este nos define "Espanhol" e "Espanhola cousa":

Espanhol. Hispanus, i. Iber, eri
Espanhola cousa. Hispanicus, a, um

Não nos movemos de Portugal, e esta vez o que porei é uma citação de Duarte Nunes do Liou, que em seu livro Origem dá Lingua Portuguesa (1606), deixa-nos claro que o português é uma das línguas espanholas:

"De duas vozes destas s. da impessoal e passiua carece a lingua portuguesa, como as outras Hespanhoes, Italiana e Francesa." (p. 304)

E outra citação, agora de Alvaro Ferreira de Vera (Orthographia, 1631), que no capítulo que dedica aos primeiros pobladores da Península Ibérica, deixa-nos algo tão esclarecedor como isto:

"E povoandose Portugal e toda Hespanha desta gente, a lingua que failavão era Hespanhola, no que concordao muitos" (f. 82)

Pois bem, isto é o que tínhamos nessa época, mas claro, as coisas mudaram, e se vamos ao 1712, temos a um português (de sobrenome francês) que equipara "espanhol" e "castelhano", algo que para nada é novo nestas coordenadas, mas que igualmente não deixa de ser um erro. A citação a podeis encontrar no livro Vocabulário Portuguez e Latino (1712), escrito por Rafael Bluteau:

"Castelhano. Natural de Castella, (Assim costumamos chamar qual quer Espanhol, que não he portuguez) porque Castella, he o Reyno, em que reside a Corte dos Espanhoes, que não são Portuguezes"

Na citação fica bem claro como fala dos portugueses como espanhóis, e que a corte dos espanhóis que não são portugueses está em Castilla.

Os portugueses se reconheciam como o que são, espanhóis, mas é verdade que depois de anos de equiparações (já fora desde a Península Hispânica ou desde o resto de Europa) de "Espanha" com a união de Castilla-Aragão-Navarra, eles mesmos começaram a desprender-se do termo "espanhol", mas não por vontade própria, senão porquê não lhes ficava mais remédio.

En castellano:

Para empezar, tenemos el Diccionario latino-español, que fue publicado en Burgos en 1512, y que fue una actualización del de Elio Antonio de Nebrija. Pondré aqui lo que define por "España" y "Española cosa":

España region de europa. hispania
España esta mesma. iberia • hesperia
Española cosa de españa. hispanus -a -um
Española cosa assi. hesperius -a -um • iber -a -um
Española cosa fuera de españa. hispaniensis -e
Española cosa de fuera en españa. hispaniensis

Luego, siguiendo con un lingüista portugués, tenemos el Dictionarium Latino Lusitanicum et Viceversa Lusitanico Latinum de Jerónimo Cardoso, publicado el 1570. Este nos define "Espanhol" y "Espanhola cousa":

Espanhol. Hispanus, i. Iber, eri
Espanhola cousa. Hispanicus, a, um

No nos movemos de Portugal, y esta vez lo que pondré es una cita de Duarte Nunes do Lião, que en su libro Origem da Lingua Portuguesa (1606), nos deja claro que el portugués es una de las lenguas españolas:

"De dos voces de estas s. de la impersonal y pasiva carece la lengua portuguesa, como las otras Españolas, Italiana y Francesa." (p. 304)

Y otra cita, ahora de Alvaro Ferreira de Vera (Orthographia, 1631), que en el capítulo que dedica a los primeros pobladores de la Península Ibérica, nos deja algo tan esclarecedor como esto:

"E povoandose Portugal e toda Hespanha desta gente, a lingua que failavão era Hespanhola, no que concordao muitos" (f. 82)

Pues bien, esto es lo que teníamos en esa época, pero claro, las cosas cambiaron, y si vamos al 1712, tenemos a un portugués (de apellido francés) que equipara "español" y "castellano", algo que para nada es nuevo en estas coordenadas, pero que igualmente no deja de ser un error. La cita la podéis encontrar en el libro Vocabulario Portuguez e Latino (1712), escrito por Rafael Bluteau:

"Castellano. Natural de Castilla, (Así solemos llamar cual quiere Español, que no es portuguez) porque Castilla, es el Reyno, en que reside la Corte de los Españoles, que no son Portugueses"

En la cita queda bien claro como habla de los portugueses como españoles, y que la corte de los españoles que no son portugueses está en Castilla.

Los portugueses se reconocían como lo que son, españoles, pero es verdad que tras años de equiparaciones (ya fuera desde la Península Hispánica o desde el resto de Europa) de "España" con la unión de Castilla-Aragón-Navarra, ellos mismos comenzaron a desprenderse del término "español", pero no por voluntad propia, sino porqué no les quedaba más remedio.

4 comentários:

  1. Caro blogger,

    Aprecio o seu blog pela precisão e imparcialidade com que tenta abordar esta questão.

    Mas permita-me escrever o que penso:

    O país hoje em dia chamado Espanha devia mudar o seu nome pois não passa de uma falácia.

    Tiveram "mais fome do que barriga" e quando deram um nome ao seu país, "esqueceram-se" do maior reino de toda a ibéria - Portugal.

    É uma vergonha, que hoje em dia, este nome "Espanha" continue a ser usado. É um desrespeito a um povo de dez milhões, cuja língua é falada em todos os continentes do mundo por duzentos milhões.

    O nome da atual Espanha deveria sim ser Castela, ou melhor ainda, não deveria existir sequer a Espanha, pois já tanto está fragmentada.

    Veja-se:
    - Todos os meses explodem bombas da ETA (em dois meses de Julho e agosto que lá estive explodiram seis.)
    - A Catalunya frequentemente quer alterar o seu estatuto de autonomia, cada vez mais rumo à independência.
    - A Galiza está neste momento a ser vítima do lento extermínio da sua língua, com a erradicação do Galego do ensino e função pública. (http://www.galizalivre.org/index.php?option=com_content&task=view&id=2314&Itemid=1)



    Portugal é livre, o único povo ibérico livre.
    E deve ter o absoluto direito à sua auto-determinação.

    São quase novecentos anos de história desde 1143 desde a sua formação, e que desde 1249 fazem de Portugal o país com as fronteiras continentais mais antigas e estáveis da Europa. São quase 800 anos de fronteira. Mesmo em todo o mundo poucos são os países que o podem afirmar.

    Somos um povo praticamente milenar cuja existência não pode ser tão levemente tratada. A hipótese de uma união ibérica é uma ofensa ao passado. Milhões morreram por isto e muitas guerra e batalhas foram travadas.

    Devemos honrar e fazer tudo para levar cada vez mais além o nosso país, livre, auto-determinado e bem longe da hipótese de algum dia quem não conheça o nosso povo decida por nós.

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  2. É certo que a união de Castela-Aragão-Navarra não deveria utilizar o nome da Espanha, não queriam en seu momento os Reis Católicos, mas se se utiliza também é culpa dos portugueses. ¿Quando ides reclamar que vocês também sois Espanha? ¿Quando ides reclamar vossa espanholidade?

    Lamento que você fale tão superficialmente de temas políticos da Espanha, fica claro que não sabe muito do assunto.

    Você diz que todos os meses explodem bombas da ETA. Falso. Além disso falas de ETA mas não fala dos milhares de pessoas que lutam no País Basco contra os terroristas. As milhares de pessoas que vivem com escolta e que lutam pela unidade da Espanha.

    Também você fala do estatuto da Catalunha. Lamento que não saiba que essa reforma do estatuto foi votada só por 35% dos catalães. Como você vê havia pouco interesse.

    E o único problema da Galícia é que os nacionalistas tentam jogar à língua castelhana dessa terra. Língua que é parte da Galícia e que muitos galegos falaram e escrito durante séculos.

    Pretender que na Galícia se fale só galego é tão absurdo como que na Espanha se fale só em castelhano. Ou dizer que em Portugal só se fala português. Talvez não se mistura o castelhano e o português em zonas da fronteira? Talvez não se fala em Miranda dó Dour] a língua leonesa?

    Ninguém falou que a Espanha absorva a Portugal. Certamente Portugal é livre, e assim deve de continuar.

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    Es cierto que la unión de Castilla-Aragón-Navarra no debería utilizar el nombre de España, no querían en su momento los reyes católicos, pero si se utiliza también es culpa de los portugueses. ¿Cuándo vais a reclamar que vosotros también sois España? ¿Cuándo vais a reclamar vuestra españolidad?
    Lamento que hables tan a la ligera de temas políticos de España, queda claro que no sabes mucho del asunto.
    Dices que todos los meses explotan bombas de ETA. Falso. Además hablas de ETA pero no hablas de las miles de personas que luchan en el País Vasco contra los terroristas. Las miles de personas que viven con escolta y que luchan por la unidad de España.
    También hablas del estatuto de Cataluña. Lamento que no sepas que esa reforma del estatuto fue votada solo por el 35% de los catalanes. Como ves había poco interés.
    Y el único problema de Galicia es que los nacionalistas intentan echar a la lengua castellana de esa tierra. Lengua que es parte de Galicia y que muchos gallegos han hablado y escrito durante siglos.
    Pretender que en Galicia se hable solo gallego es tan absurdo como que en España se hable solo en castellano. O decir que en Portugal solo se habla portugués. ¿Acaso no se mezcla el castellano y el portugués en zonas de la frontera? ¿Acaso no se habla en Miranda do Douro la lengua leonesa?
    Nadie ha hablado de que España absorba a Portugal. Por supuesto que Portugal es libre, y así debe de continuar.

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  3. Eu discordo do meu compatriota acima nalgumas coisas.(Mas concordo que as línguas nacionais-regionais, se a maioria dos Galegos ou Catalães etc. ou o imposerem, devem ser as línguas dominates ou exclusivas nas comunidade, mas isso é assunto e matéria que diz respeito a vós , às vossas comunidades ou nacionalidades e ao vosso país), e se for pela maioria esmagadora dessas comunidades O nome de "Espanha" mudou do século XVI e XVII para cá. Designa várias nacionalidades e comunidades - portanto dificilmente sería "Castela ou Aragão" enfim. Os espanhois tiveram a qualidade e aforça de se apropriarem dele. Respeitamos sem problema. Os nosso nome(patra Pátria- Portugal) diz-nos mais, afetivamente, tudo - e para geografias, com mais ou menos rigor histórico, os Portugueses preferem Ibéria. Espanha designa um território que não inclui Portugal. Portugal designa um território e uma nação que não inclui Espanha.

    Só um ainda reparo: fenómenos de fronteira bilingues existem em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Suiça, Itália etc o que é norma em pequenas zonas hibridas de fronteira; ou epifenómenos como o Mirandês isolado e fronteiriço falado no Conselho de Miranda do Douro(e protegido pelo Estado Português). O que não existe em Portugal(mas existe em Espanha) é bilinguismos. Em Portugal só se fala EXCLUSIVAMENTE uma língua de Norte a Sul e de leste a oeste: o Português; e só uma nacional e oficial: o Português. A segunda língua de ensino mais falada ou conhecida a seguir é o inglês, mas só isso, de ensino ou conhecida. Em Portugal, só uma língua a nível nacional e oficial em todos os territórios: o português.

    Cumprimentos.

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  4. Bilinguismos existem oficialmente em Espanha(e compreendo que defenda o uso do Espanhol nessas regiões) Em Portugal já é diferente, só há uma língua, a nível nacional claro(consagrada constitucionalmente). E não existem em Portugal línguas regionais como em Espanha. São casos diferentes.

    Passei novamente pelo seu blogue(não vejo muito sentido nisto em termos de objectivos, se é que os têm para o caso, mas respeito toda agente e a liberadde de expressão). As nações ibéricas podem se dar bem colaborar - e mostrar o quanto o isso pode ser vantajoso, e até o que as aproxima como nações vizinhas e até irmãs sem se estar a impor pensamento e pseudo-identidades aos portugueses sobre quem eles são, porque eles conhecem muito bem a sua identidade e o que são. Em Portugal temos os nossos próprios Pais Fundadores, Poetas, e até Intelectuais, historiadores etc. que escrevendo sobre isso. Espero que compreenda e aceite os meus comentários que não têm nenhum tipo de anti-espanholismo, como espero que não exista por aí nenhum tipo de anti-portuguesismo(seja contra sua soberania e independência ou outra coisa).

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